sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Sugestão da semana #38: «decidir perdoar»

"(...) agarrarmo-nos à amargura ou ao ódio
provoca-nos mais danos a nós
do que ao objecto do nosso ódio".
Sonja Lyubomirsky

De todas as sugestões para a felicidade que aqui tenho apresentado, esta é sem dúvida das mais difíceis de implementar. E falo em meu próprio nome.

Em tempos fui muito magoada por algumas pessoas da minha própria família. Não posso mudar o que aconteceu, mas quero ultrapassar essa situação. E se passou por algo semelhante, convido-o a fazer o mesmo.

O objectivo de perdoar, ao contrário do que possa pensar, é para o beneficiar a si e não a pessoa que o feriu. Trata-se de deixar de ser controlado pela miríade de emoções negativas que advêm do acontecimento que o magoou. Trata-se de uma tentativa de reinterpretar o que aconteceu, de aceitar os erros e imperfeições humanas e de modificar os seus sentimentos face ao agressor. Trata-se de se livrar de sentimentos de vingança, de substituir a cólera pela paz mental.

Pode parecer estranho o que vou escrever, mas perdoar não significa necessariamente que tem de esquecer o que aconteceu, que tenha de aceitar tal comportamento, que tenha de desculpar essa acção ou absolver a pessoa, ou que tenha de passar a conviver com o agressor. Perdoar tem mais a ver com aceitar que não pode mudar o que aconteceu, mas que pode superar e ter uma vida mais plena e feliz.

Para já, gostaria que fosse buscar um caderno e que respondesse por escrito, e com toda a sinceridade, às seguintes questões:
- O que aconteceu que o magoou tanto?
- Quem o magoou?
- Como se sentiu?
- Como exprimiu os seus sentimentos (ou será que os guardou para si)?
- Pensa com muita frequência naquilo que se passou?
- A sua raiva afectou a sua vida de alguma forma (na saúde, na produtividade no trabalho, nas relações com a família...)?
- Costuma comparar a sua situação com a da pessoa que o magoou?
- Este acontecimento mudou a sua vida de forma permanente?
- Este acontecimento mudou a forma como vê o mundo e as outras pessoas?
- Sente desejos de vingança?
- Bem lá no íntimo, deseja que essa pessoa sofra e seja infeliz?
- Sente-se descontrolado (mesmo que não o demonstre), quando se cruza com essa pessoa?
- Mantém a maior distância possível dessa pessoa?

A ideia é perceber como este assunto ainda o afecta. E, acredite, pode estar a afectá-lo mais a si, do que a quem o ofendeu.

Para além disso, se se sente mal, este exercício pretende demonstrar-lhe o seguinte:
- o que fez até agora não está a resultar, por isso tem de mudar de estratégia;
- que para seguir em frente, deverá, por sua iniciativa, iniciar um processo de perdão. Estará disposto a isso?

E para já, o objectivo era mesmo incentivá-lo a optar pelo caminho do perdão. Os exercícios para consegui-lo serão descritos noutros posts, pois como disse inicialmente, este não é um tema fácil e leva o seu tempo a alcançar resultados. Mas vale a pena!

Pondere nesta decisão e tenha um final de semana feliz!

Foto: Mafalda S.

7 comentários:

  1. Obrigada, vou já escrever a uma pessoa e dizer-lhe que perdoo...
    Bom fim-de-semana**

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    Respostas
    1. De momento, sugeri apenas a tomada de decisão em perdoar. Falarei de estratégias para o conseguir mais à frente.

      Se essa solução se adequa ao teu caso, óptimo. Mas o importante, é desanuviares-te a ti própria, tirares um peso dos ombros.

      Bjs

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  2. Muito bonito! Tenha um óptimo dia e fim de semana!

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  3. Gostei do post.
    Não me considero uma pessoa vingativa, mas posso dizer que sou rancorosa.
    Não me esqueço das que me fazem, e se for aos meus muito menos.
    Mas não há dúvida nenhuma que este post me está a fazer repensar uma certa coisa. Já é um passo em frente! ;)

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  4. Olá Mafalda, vou responder ao questionário..vai-me ajudar a encontrar o caminho do perdão. Beijinhos

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  5. tb fui muito magoada por pessoas próximas, da minha própria família,por isso entendo perfeitamente o que contas. E no meu caso,tenho de certa forma mais dificuldade ainda em perdoar, mas estou começando (a algum tempo já) a tentar perdoar, m há coisas muito complicadas.. No entanto, já querer tentar é bom. E sobretudo por ser para mim, para a minha felicidade e essencialmente para a minha paz de espírito.. como diz uma frase que já li algures num blogue: "Deus, dá-me serenidade para aceitar aquilo que não posso mudar e coragem para mudar o que posso".
    Acho essa frase linda.. :)

    Força aí.. que eu também estou na luta.. :)

    Raposita

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