quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Como sobreviver à crise financeira #1

A vida não está fácil para os portugueses. Os momentos de crise são sempre conturbados e este não é excepção. Creio que com maior ou menor gravidade, nos atingiu a todos. O trabalho escasseia, a pobreza aumenta e os casos de depressão disparam.
 
Será possível ver uma luz ao fundo do túnel? Será possível sobreviver e até ser feliz em tempo de crise?
 
Depende muito da forma como se enfrenta esta época difícil. Com este primeiro post (de uma série de 3), pretendo dar-lhe a conhecer algumas estratégias para enfrentar a crise financeira e, se possível, retirar algo de bom destes tempos difíceis.

Vamos a isto?
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1. Tenha em mente que há muitas evidências de que esta crise não durará para sempre – Ultimamente tenho lido muitos artigos históricos e desde o início da humanidade que existem ciclos de prosperidade, seguidos de períodos de crise económica, novamente prosperidade e novamente crise. É uma espécie de ciclo vicioso. Claro que existem crises que duram muitos anos, enquanto que outras são mais curtas. Esta pode até não acabar já no ano que vem, mas os seus efeitos irão atenuar-se ao longo do tempo e, inevitavelmente, existirá novo período de prosperidade.
  
2. Aprenda lições com a crise – Há sempre algo que podemos aprender e vou falar das minhas próprias lições. Se não fosse esta crise talvez não tivesse lido vários livros sobre finanças pessoais, não teria reduzido o prazo do meu empréstimo para me livrar dele daqui a 8 anos, não teria implementado uma série de medidas de poupança, não teria valorizado coisas que o dinheiro não pode comprar e não teria aprendido que é preciso amealhar em época de «vacas gordas» (para a próxima época de prosperidade, certamente que terei isto em conta)...

3. Mude o seu discurso – Precisamos de desabafar, é certo. Mas usar um discurso demasiado pessimista todos os dias, poderá fazer-nos sentir impotentes, incapazes de reagir face às adversidades da vida. Dê um novo significado aos problemas que vive, considere-os desafios. Não pense que são insuperáveis. Divida cada problema em pequenas partes e tente trabalhar apenas numa de cada vez.
 
4. Não desista de melhorar a sua vida – Acredito que esteja desanimado por uma série de situações (também me sinto assim às vezes). Mas é altura de arregaçar mangas e ir à luta. Se está desempregado, procure incessantemente. Invista em formação (por exemplo através do Centro de Emprego). Faça voluntariado num local onde gostaria de trabalhar, dando o seu melhor e provando que a sua presença é imprescindível (conheço várias situações similares, em que as pessoas acabaram por passar de voluntários a funcionários). Proponha-se a realizar um estágio profissional ou um contrato de emprego-inserção (desde que reúna condições). Leia tudo sobre como melhorar a sua vida, em geral, e passe à prática.

5. Recorra aos recursos disponíveis para os momentos difíceis – Se a situação é extremamente crítica, recorra a todas as ajudas possíveis: o subsídio de desemprego, ou o rendimento social de inserção, as lojas solidárias, as cantinas sociais... ou até a ajuda dos pais. Tem de colocar a vergonha de lado, assumir que tem um problema e concentrar-se de que neste momento precisa de sobreviver (um dia há-de compensar quem o ajudou, seja o Estado, seja a família). Se necessário, e querendo imitar o discurso desmotivante do Sr. Passos Coelho, estudar a possibilidade de encontrar novas possibilidades noutras paragens. Tem de equacionar todas as hipóteses em situações limite.
 
6. Controle o seu dinheiro – Por outro lado, mesmo para as pessoas que têm um emprego, podem aproveitar esta época para assumirem o controlo das suas finanças. Faça um balanço da sua situação actual (quanto dinheiro e bens tem disponíveis e quais as suas dívidas). Elabore um orçamento mensal e controle os seus gastos e entradas. Analise onde pode poupar e, já agora, tente pagar a si em primeiro lugar.

7. Utilize técnicas de poupança – Até surgir esta crise, confesso que havia uma série de áreas onde poderia poupar (sem colocar em risco a minha qualidade de vida) que desconhecia. Poderá poupar em combustíveis, na água, na electricidade, criando uma hortinha ou varanda biológica,  fazendo férias mais baratas, recorrendo a actividades e saídas culturais gratuitas, reciclando as suas roupas, evitando compras por impulso, mantendo uma lista de compras, redigindo previamente uma ementa... Existem imensas ideias na Internet, em blogs especializados neste assunto.
 
8. Encontre fontes alternativas de rendimento  - Se mesmo reduzindo nas suas despesas a situação se mantiver complicada, tente encontrar outras fontes de rendimento: um emprego em part-time, rentabilizar um hobbie, vender objectos que já não utiliza ou que você próprio pode criar (artes decorativas, por ex.), alugando uma parte da casa... pesquisando bem, e com um pouco de criatividade, poderá encontrar algo que se ajuste às suas necessidades.
 
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E este foi o primeiro post desta série. Acredite desde já, que há luz ao fundo do túnel!

Foto: Gianluca Cozzolino

11 comentários:

  1. Sempre bom lembrar :) Obrigada pela partilha.
    Um beijinho

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  2. Quando a crise ainda não estava tão visível como está hoje, tivémos uma lição para além daquelas que os meus pais e os do marido deram. isso fez-nos precaver para momentos como estes. Estas dicas que apresentas aqui são muito boas, e resolvem alguns problemas se as pessoas agirem afincadamente.

    Neste momento, não possuo nenhum empréstimo graças à atitude rígida que resolvemos tomar na nossa vida. e isso não afectou a nossa qualidade de vida e, creio, hoje vivemos de uma forma mais descansada que há uns anos atrás e fazemos usufruímos muito mais culturalmente, por exemplo.

    Os teus posts são sempre excelentes!

    Algumas das frases que escreves aqui, recolho-as na minha agenda e servem para meditar sobre elas.


    Beijinho

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  3. Muito motivador seu post Mafalda, apesar de teoricamente não estar em crise, me assusto cada vez que vou ao mercado.
    Abraços.

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  4. Estou encantada com seu blog. Parabéns! Que exemplo de pessoa....

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  5. Gostei do que li e me identifiquei justamente com a parte que a crise é cíclica, sempre existiram tempos difícieis em várias épocas e isso parece se repetir de um modo ou outro. O problema, tem afetado mais a geração mais nova, do primeiro emprego, pelo que li, não está havendo oportunidades para os jovens terem e manterem sua subsistência. Outro dia li uma reportagem justamente falando dos casais novos nos países em crise, como está difícil para pensar em futuro e presente sem ter que olhar para fora de seu país, no caso, eram casais da Espanha, Portugal, Grécia e Itália. Nunca foi fácil arrumar o primeiro bom emprego,e hoje a coisa tomou uma proporção muito maior. Muitos estão vindo para o Brasil, outros para Alemanha,etc e quem garante que a crise não muda de lado? Nada mesmo é seguro, soube de um brasileiro que foi para a Espanha e por lá ficou uns 20anos e agora teve que voltar, pois tudo que ele tinha era um bar até de muito sucesso, chegou a ganhar prêmios e tudo, porém atualmente com a crise, ninguém mais frequentava e levou ele a falência, coitado, e por fim teve que voltar pro Brasil, onde hoje para a família dele é praticamente um estranho, saiu jovem e voltou um senhor. É muito complicado. Há pessoas que se precipitam e vem para o Brasil na doce ilusão, sem nada conhecer da realidade do dia-a-dia. Quando se tem uma excelente qualificação, ficará bem em qualquer lugar, porém se não é essa a realidade, acho que é temeroso, melhor esperar e ir com calma, porque nada está mais garantido. Há mesmo que se viver hoje com todos esses cuidados e observações que você tão bem colocou,e na certeza que nada dura para sempre!!! Pelo que aqui leio, Portugal está fazendo o dever de casa muito bem, ao contrário de Grécia, Itália e Espanha...há de melhorar.

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  6. obrigada mafalda! este teu blog é uma lufada de ar fresco, sabe tão bem!
    volto cá logo ou no fds com mais calma, para saborear melhor... :)
    beijo e obrigada :))

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  7. Eu tenho uma vida económica estável, sempre fui pobre. Sempre tive que gerir bem os nosso magros ordenados para que chegassem: 1º pagar contas no final do mês; 2º alimentação; 3º tudo o mais necessário. Como os ordenados em vez de aumentarem têm vindo a emagrecer, devido a toda esta crise, só tive uma opção: diminuir mais às despesas.
    Atualmente não faço compras sem primeiro analisar se eu posso fazer em casa o que vou comprar; se o que vou comprar é mesmo necessário; se não posso reciclar e criar o que preciso. Tenho feito e criado tantas coisas. As prendas de Natal foram todas feitas por mim, as de aniversários também assim são. Acredite que apesar de tudo sinto-me tão preenchida e tão feliz.
    Sou feliz com o que tenho e raramente lamento aquilo que não tenho. Com a crise descobri que sou capaz de ser e fazer muito mais do que aquilo que algum tinha imaginado e descobri essencialmente a minha grande paixão:reciclar artesanado e reutilizando.
    Beijinhos e felicidades

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  8. é lamentável a a situação que Portugal esta a viver, desejo-vos muita coragem e determinação.
    é um ótimo poste este, até mesmo eu que não estou em crise vou pôr em pratica.

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