quinta-feira, 29 de agosto de 2013

As férias em fotografia: França - Paris






















Estas férias fiz uma road trip com a família, pela Europa. Há dias falei-vos da nossa passagem por San Sebastian, em Espanha. Mas hoje quero falar-vos de um outro lugar lindíssimo: Paris.

Não foi propositado (nem sequer sabíamos), mas chegámos à "cidade luz" justo no dia da Festa Nacional de França ou Dia da Bastilha (para quem quiser ir lá nessa altura, é a 14 de Julho). As ruas estavam apinhadas de gente. Habitantes da cidade, participantes de uma parada, turistas... Em cada esquina havia animação de rua... uma autêntica loucura.

Mas o melhor foi à noitinha. Subitamente, a Torre Eiffel "desligou-se". E depois... fez-se luz - de mil cores. Não sei bem, mas creio que o fogo de artifício junto da Torre Eiffel durou mais de meia hora. As pessoas estavam super-entusiasmadas a ver o espectáculo e nós, gratos por termos chegado justo nesse dia.


Claro que depois daquela noite, regressámos para ver a Torre Eiffel, em mais detalhe. Linda! Tirámos as fotos da praxe e seguimos caminho. Nada de a subir pelo elevador da Torre, nem imaginam a fila.


A cidade continua repleta de vida e de gente. Sinceramente adoro toda essa animação. Uma coisa que reparei (e que não está refletida necessariamente nesta foto) é que há pessoas que se vestem mesmo muito bem. Parece que a roupa é muito diferente entre as várias pessoas, nítido reflexo das suas personalidades. Mas aquele ar multicultural-chique, dá-lhes um encanto especial.

Havia animação de rua, um pouco por todo lado. No metro, junto dos monumentos, nas praças. Adorei o espetáculo deste miúdo, que estava a dançar hip-hop de forma genial. (Calma, os pais também o acompanhavam, e faziam uma dança tão dramática, que mais parecia teatro de rua). Muito bom!

O que irrita em Paris, para além das filas em tudo o que é sítio, é a falta de estacionamento. Para além de perdermos imenso tempo para estacionar, normalmente só conseguimos estacionar durante 2 horas. Uma treta... Valha-nos o metro que nos leva a todo o lado (Jesus, e andei num metro automático, sem condutor... medo!).

O que achei muito giro foram os carros eléctricos da foto, disponíveis para alugar. Muito original, útil e, sobretudo, ecológico!


Paris respira arte por todo lado. Até os edifícios mais banais têm um toque artístico na sua arquitectura.


Os bares e restaurantes costumam ter uma decoração linda, atraente. Normalmente têm sempre objectos de arte, o que inclui quadros maravilhosos (com pintura a sério e não com papel imprimido!). Nunca tinha reparado, verdadeiramente, como a arte nos pode fazer sentir tão bem. É um bálsamo para o espírito!


Quanto à comida, pergunto-me: mas onde está a "maravilhosa" cozinha francesa? Então é... isto?

Na figura estava o meu pato supostamente "bem passado", com um molho meio doce... mas nada encantador comparando com os molhos asiáticos. O puré, por acaso, estava muito bom. Se por um lado, a decoração do restaurante nos convidava a ficar, os preços... esses faziam-nos querer fugir.
Por estes lados, também reparei que os restaurantes servem sempre água em garrafas de vidro. Concordo, opção mais saudável. Mas qual não foi o meu espanto quando vi encherem as garrafitas, directamente da torneira.


Coincidência ou não, num outro dia comi novamente pato. Desta vez envolvido num crepe (infelizmente algo queimado). O pato estava misturado com maçã e era acompanhado com salada. Mas, honestamente, nada parecia combinar com nada. Felizmente havia aquela sobremesa: um tiramisu de framboesa. Isto sim, era uma verdadeira delícia.

Conclusão: não quero ser injusta, mas volto a afirmar que a nossa comida é das melhores do mundo... e o café também.


Um dos restaurantes por onde passei, novamente com um ar giro. A entrada tinha uma cascata de água e a vista era linda.


Ficámos em casa da prima do meu marido. Adorei o local! Trata-se de um velho edifício no centro da cidade, mas renovado por dentro. Como boa parisiense, tem quadros por todo o lado e está repleto de ideias criativas. Tirei fotos de duas: a árvore de Natal que transformou em suporte de livros e a coleção de postais, numa das paredes. No nosso quarto, aguardava-nos uma penumbra iluminada por velas e uma varanda com as portadas abertas. Lá fora a imagem de Paris. Maravilhoso!
As manhãs começavam agradáveis, lentas (antes de pôr o pé na rua, claro). Comíamos todos juntos o pequeno almoço francês (baguetes, café, leite, croissants... nada muito diferente do nosso), ao som de música calma (com um toque de Jazz, ao estilo Michael Bublé) e... novamente as portadas abertas para Paris, a cidade de todos os sonhos.


Quando vos disse que Paris respirava arte, não estava a brincar. Reparem que até numa explanada colocaram quadros. A propósito, reparem na imagem do empregado de mesa no quadro... os empregados ali vestiam-se mesmo assim. Fazia parte do charme do local.


Mais turistas e mais artistas...É caso para dizer: "they are everywhere!".


Mais alguns dos monumentos que visitámos: o Sacré-Coeur, uma basílica dedicada ao Sagrado Coração de Jesus.

Aqui temos a famosa catedral de Notre-Dame.


Um dos canais de Paris (por onde passam barcos com turistas). Notre-Dame ao fundo.


Passámos também por cima do túnel onde faleceu a princesa Diana. Ao fundo a "Chama da Liberdade". Apesar de ter sido construída antes da sua morte (representa a chama da estátua da Liberdade, nos EUA), hoje funciona quase como que um memorial de homenagem a Diana. 

Estávamos na França. Estávamos em Paris. Ali perto, a terra dos sonhos... a Disneyland. A Letícia mal cabia em si de contente por saber que iria lá.


Aqui está a imagem emblemática do Castelo da Bela Adormecida. Lindo! Impressionante todos os detalhes não só do Castelo (pena não ter mobília por dentro), mas de toda a Disney. É uma verdadeira terra de sonhos... mesmo para os adultos.

Andámos em imensas diversões: em carrocéis, em barcos... não conseguimos foi apanhar o comboio.

A minha parte favorita foi a casa assombrada (a única coisa que a Letícia não gostou, mas pronto). Tinham um casamento fantasma, com os convidados a dançar, a noiva meio triste a tocar piano, a decoração arrepiante, mas tão, tão linda...
Visitámos a casa da Branca de Neve e dos Sete Anões, do Mickey, do Pinóquio, estivemos num barco de piratas, fizemos uma viagem enquanto víamos bonequinhas (em movimento) de todo o mundo...
E claro vimos muitas personagens Disney...




O detalhe era tanto, que até a pizza da Letícia tinha a forma do rato Mickey. Mas a sua parte favorita foi quando a Minnie lhe disse adeus e mandou um beijinho.


Dissemos adeus à Disney, aos seus encantos, às filas imensas (infelizmente), com a sensação de que não vimos nem metade. Mas mesmo assim, valeu a pena.
Agora reparem na coincidência. Na semana seguinte, uma amiga ligou-me a dar os parabéns pelo meu aniversário. Qual não foi a nossa surpresa quando descobrimos que estivemos na Disney exactamente no mesmo dia. O mundo é mesmo pequeno...


No último dia em que estivemos na França, em jeito de despedida, encontrámos este espectáculo maravilhoso. Foram quilómetros e quilómetros, repletos de balões de ar quente. Não há dúvida que os franceses são criativos!
Se gostei de França? Sinto que trouxe na bagagem um misto de sentimentos. As expectativas de Paris são tão, mas tão altas, que quando lá chegamos parece que esperávamos algo ainda melhor. Se por um lado os monumentos são deslumbrantes, acho francamente que não superam os nossos. Igualam talvez. Mas enquanto os franceses parecem adorar o seu país e fartam-se de o elogiar, sinto que nós, portugueses, não damos verdeiro valor ao que temos.
Tudo tem um clima meio mágico. Mas viver todos os dias numa correria para apanhar transportes, mal ter espaço para respirar no meio de tanta gente... é muito giro para turistas, mas parece que não tanto para os moradores. Há quem ame e há quem se sinta stressado.
Os serviços na França em geral, não são grande coisa. Para encontrarmos um multibanco ou uma bomba de gasolina temos de percorrer distâncias enormes. E então nas estações de serviço, paga-se um absurdo por qualidade medíocre.
Mas ao mesmo tempo, as pessoas são encantadoras e bem arranjadas. E a arte... não sei, mas faz-nos sentir bem. Fiquei apaixonada por arte, como nunca me lembro. A tia do meu marido que é pintora, ofereceu-nos um dos seus quadros. Está pendurado na nossa sala, a lembrar-nos uma rua de Paris.

E assim foi. Deixámos a terra dos sonhos, rumo a outras paragens. No rádio toca música da Adele, com um toque de jazz. Mas eu nem simpatizava com jazz... que se passa? É a arte que se entranhou ou talvez a memória daqueles pequenos-almoços demorados, ou talvez seja um pouco de ambos.

Fotos: Mafalda S. - França, Paris

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Um objectivo de cada vez (ou a arte de adquirir um hábito)

No início do ano propus-me a alcançar uma série de objectivos. Fazia avaliações mensais e, normalmente adicionava um outro objectivo para atingir em cada mês. E, verdade seja dita, não me lembro de nenhum ano como este. Mantive-me "na linha", cumprindo à risca as tarefas para alcançar as minhas metas.
 
Entretanto fui de férias e nestas paragens meditei em algo que me incomoda. Se por um lado há objectivos com os quais já nem me preocupo (as tarefas para o concretizar tornaram-se um hábito), outros há que requerem um esforço considerável da minha parte. Por exemplo,  o objectivo 1 (ser mais feliz), que implicava utilizar pelo menos 15 minutos por dia uma estratégia para a felicidade, está de tal forma interiorizado, que já o faço sem pensar nisso. Já o objectivo 7, que implica a prática de exercício físico, requer ainda muito esforço e motivação (que nem sempre tenho).  À parte disso, parece que me sinto insatisfeita por estar a demorar tanto tempo para organizar melhor a minha vida, para gerir melhor o meu tempo. Ao invés de estar feliz com os meus sucessos, sinto uma certa frustração.
 
Entretanto, li o livro "A Força do Hábito" do Charles Duhigg (título original em inglês: The Power of Habit) e cheguei a uma conclusão. Estou a concentrar-me em muita coisa ao mesmo tempo.
 
Quer nos casos descritos no livro, quer no que aprendi numa formação, quer no que Leo Babauta descreve no livro  "O poder do Menos" (também interessante), o segredo do sucesso de pessoas que conseguiram transformar a sua vida reside em concentrarem-se em mudar um hábito de cada vez. Os hábitos têm sido muito estudados nos últimos anos, e esta tem sido uma conclusão unânime.
 
No livro a A Força do Hábito falam do caso de Lisa Allen, uma fumadora inveterada, que também bebia, era obesa, estava endividada e não conseguia manter um emprego que fosse. Anos depois estava magra, parecia mais nova e enérgica, não bebia, não fumava, as dívidas estavam saldadas e tinha um emprego estável. E como conseguiu isto tudo? Concentrando-se num único hábito, o de deixar de fumar. Alcançado este objectivo, conseguiu ir mudando a sua vida aos poucos, adquirindo um novo hábito de cada vez. O mais interessante é que o próprio cérebro de Lisa modificou-se. Investigadores que estudaram o seu caso, observaram imagens do seu cérebro e constataram que novos padrões neurológicos (relacionados com os seus novos hábitos) se tinham sobreposto aos mais antigos (que agora mal se faziam sentir). Ou seja, o cérebro faz de tudo para ter o mínimo de trabalho. Se de início era um esforço enorme para Lisa deixar de fumar, com a prática contínua de não o fazer, deixou de ser difícil para ela. Ficou de tal forma interiorizado, que já não requer qualquer esforço não ter de fumar.
 
Isto faz-me lembrar quando tiramos a carta. Primeiro parece que temos de pensar em tudo: colocar o cinto, verificar os espelhos, fazer o pisca nas mudanças de direcção, etc. Quem é que ao fim de um tempo pensa em ter de colocar o cinto? Colocamo-lo e pronto, nem sequer pensamos no assunto. Por outras palavras, o que aconteceu foi que com a prática contínua, adquirimos o hábito de colocar o cinto de segurança.
 
Por tudo isto, pensei bastante e neste momento quero concentrar-me num só objectivo: o de gerir melhor o meu tempo, para estar mais disponível para actividades significativas e prazerosas (o objectivo n.º4). Isto implica eliminar o que tenho de supérfluo na minha vida (tralha, compromissos não obrigatórios, e-mails que não interessam, etc.). Aliás, neste momento estou a concentrar-me unicamente na tralha, quer no trabalho, quer em casa. Só depois de ter a minha vida mais ou menos organizada como pretendo (e isto não implica perfeição, Deus me livre), é que me vou preocupar com outros objectivos.
 
Claro que não estou a impor a mim mesma uma espécie de proibição. Não vou deixar de realizar tarefas relacionadas com os meus outros objectivos se me apetecer. Vou antes concentrar-me no objectivo que vos falei e adiar a concentração nos outros, para mais tarde.
 
Por último, quero deixar-vos uma citação do livro a Força do Hábito, para explicar o poder que estes podem ter na nossa vida "E embora cada hábito tenha, de per si, relativamente pouco significado, com o correr do tempo os pratos que pedimos, o que dizemos aos nossos filhos todas as noites, as decisões que tomamos de poupar ou gastar, a frequência com que fazemos exercício, e a forma como organizamos os nossos pensamentos e rotinas quotidianas, acabam por ter enorme impacto sobre a nossa saúde, a nossa produtividade, o nosso bem-estar económico e a nossa FELICIDADE".
 
Foto: Elliot Margolies

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Pensamento/Inspiração da semana #151


"(…) as crianças não precisam de ser empanturradas com brinquedos,
pois os melhores brinquedos das crianças são os próprios pais".
Eduardo Sá
 
Foto: Tim Arnold

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

E tu? Valorizas o teu país?


Há dias lia um artigo onde indicava que Lisboa foi eleita pelo Urban City Guides como a 4.ª cidade mais bela do mundo (artigo em português aqui e artigo completo, em inglês, aqui). Claro que senti uma ponta de orgulho. Mas o que me surpreendeu, foi a chuva de comentários negativos escrita por portugueses no artigo em português. Aliás, a  fugas notícias chegou a reforçar que a notícia já tinha alguns anos e falou com um dos responsáveis pelo site Charles Benfatto, que referiu que o top se mantém inalterado desde a sua publicação original. Acrescentou ainda que os tops podem ser "reconsiderados e actualizados".
 
E é aqui que fico estupefacta. Então em vez de sentirmos orgulho de uma cidade linda como a nossa, o que inclusive pode dinamizar a actividade turística, ainda reclamamos? Os tops são sempre subjectivos, mas, na minha modesta opinião deveríamos valorizar o nosso país e incentivar quem é de fora a conhecê-lo. Quantos mais sites falarem (bem) da beleza nosso país, melhor para a nossa economia, em termos de turismo!
 
Podem falar nos defeitos da cidade: o caos no trânsito, a falta de limpeza, a quantidade de sem-abrigos, etc. Mas acham sinceramente que as outras cidades estão isentas de problemas? Conheço algumas das mencionadas e posso-vos dizer o seguinte: Veneza é lindíssima na zona turística, mas não esperava ver tanto lixo pelo chão noutras áreas da cidade. Já Paris, é uma cidade maravilhosa. Mas tinha tanta mas tanta expectativa, que quando lá cheguei, francamente esperava melhor. E também vi uma data de sem-abrigos, caos no trânsito... Budapeste é uma cidade extraordinária, mas também tem muita pobreza em mais áreas do que deveria...
 
Por outras palavras, não estou a querer criticar cidades lindíssimas, estou somente a chamar a atenção de que problemas todas elas têm. Faz-me confusão o facto de que noutros países de certezinha que ficariam chateados por não estarem em primeiro lugar, ou até por nem estarem neste top. Por cá, só falta pedir ao site que nos retirem da lista.
 
Mas pensem bem. Nós, o que temos por cá? Monumentos fantásticos, comida deliciosa, dias solarengos a maior parte do ano, uma extensão de praias enorme, uma história da qual nos deveríamos orgulhar... São ou não são coisas fantásticas, para nós e para os turistas que nos queiram visitar?
 
Espreitem os links com vídeos que vos deixo, e digam lá se há ou não beleza no nosso país:

Há muita coisa a melhorar, obviamente. Mas, na minha opinião, também temos de valorizar o que temos de bom... e não é pouco.

Foto: BG - Estação do Rossio, Lisboa

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

As férias em fotografia: Espanha - País Basco


Sábado de manhã, não muito cedo, não muito tarde. Partimos para a nossa road trip pela Europa. Saímos nas calmas, sem stress. Tínhamos planeado tudo antecipadamente, onde ficar, a duração aproximada da viagem, o que levar...
 
Não tinha grandes expectativas sobre Espanha. Vou ser sincera, na sua maioria este país parecia-me mais um "deserto" que outra coisa, com aquelas extensões de terreno alaranjado. Memórias de outras viagens... Mas fiz bem em parar pelo país basco e em conhecer mais de perto a região. Afinal, o país de nuestros hermanos consegue ser um lugar fantástico!


San Sebastian (ou Donostia, em língua basca) é uma cidade mágica. Dotada de uma cultura muito própria consegue reunir o velho com o novo, o mar com a serra, o campo e a cidade. Tudo está traduzido em duas línguas, o Espanhol e o Basco (desta última não percebo uma palavra que seja...).


A luz da tarde dá um ar muito romântico à cidade. Passeámos calmamente a pé, para conhecer um pouco daquela terra misteriosa.
 

Este é um dos parques por onde passámos. Impecavelmente arranjado: nota-se que é feita manutenção periódica e não há qualquer sinal de lixo pelo chão. Esta imagem representa o topo de uma queda de água e ao fundo podem ver um pequeno lago.
 
Também adorei os parques infantis. Com equipamentos realmente divertidos para as crianças (não como na minha cidade, em que nem as crianças percebem como utilizar algumas diversões). Estavam igualmente bem cuidados e tinham sempre bancos para os pais junto dos equipamentos. Em redor, vegetação luxuriante.

A Letícia fez imediatamente amiguinhas. Até a foram cumprimentar, quando nos encontraram a jantar.


A praia é pequena, mas linda. Nunca imaginei que as ondas seriam tão baixas, a água tão morna e que às 8h da noite ainda estivessem quase 30.ºC.
 
Espreitem só o jardim que dá acesso à praia, como está bem cuidado.
 


Parece o paraíso. Num segundo temos o pé na relva, no outro já estamos na areia.

 
E eis que o oceano surge no seu encanto, com pessoas a mergulhar até bem tarde. Também não vi aquelas multidões de pessoas que se amontoam na praia. Aqui há mais calma.


Mas como disse, esta é uma terra de contrastes. Tem vegetação que lembra Sintra. As ruas estão bem cuidadas e cheias de verde (quase) como em Vilamoura. Tem uma zona cheia de animação como Albufeira. Apesar de ter uma temperatura amena todo o ano, há Invernos em que neva.
 

E as casinhas na montanha, lembram mesmo, mesmo os Alpes. Mas não, aqui ficam os Pirinéus.


O que achei estranho foi a hora tardia do jantar. Até parece que por aqui só jantam às 21h (graças a Deus que havia a diferença horária, para nós ainda eram 20h).
 
Os restaurantes com design muito bonito e impecavelmente limpos, têm as famosas tapas ao balcão (aqui chamadas de "pintxos"). Há imensas explanadas, onde famílias jantam, saboreando a brisa que vem da rua.
 
Contudo, a minha opinião sobre a comida espanhola ainda não mudou... a nossa é francamente melhor. A sensação que tenho é que não sabem usar bem o tempero e usam muitos elementos "artificiais". Já a nossa comida parece-me mais saudável e não é difícil comer bem onde quer que nos encontremos. Os preços são semelhantes, mas pareceu-me que em Espanha conseguem ser mais convidativos.
 
A entrada foi aquela salada de legumes e atum (meio insonsa, diga-se). Ao lado está uma das sobremesas. Um pudim flan, com chantilly daquele que deve ser vendido em garrafa. Também provámos uma espécie de flan de morango, mas adicionaram-lhe chantilly (aqui gostam de chantilly, isso é um facto) e um molho verde que sabia a mentol (coisa estranha... e não era aquela delícia).
 

Para prato principal queríamos experimentar a famosa paella, mas como era o único na ementa que não trazia preço, decidimos não arriscar (não queríamos ir à falência logo no início da viagem). Optámos pelo que acho que se chamava "Bacalhau à Biscaia". Este bacalhau não era seco e depois demolhado, como costumamos utilizar. Era cozinhado tal e qual como vem do mar e estava delicioso! Era altíssimo e nada salgado. Pena o molho. Notava-se que era pura polpa de tomate de frasco.
 
Bem, valeu o ar acolhedor do restaurante e a simpatia dos donos. Ainda estivemos a rir-nos com as diferenças linguísticas entre os nossos países. Nós percebíamos praticamente tudo o que diziam e eles viam-se "gregos" para nos compreender.
 

Percorremos mais um pouco as ruas da cidade. Senti-me mesmo mais feliz aqui. As pessoas pareciam calmas, descontraídas, sorridentes. E suspeito que não fosse só por estarem de férias. O ambiente transmite-nos essas sensações. Tudo parece limpo e organizado. Há flores e vegetação por todo o lado. E caminha-se sem stress, pois não há amontoados de pessoas. Há música pelas ruas, que vêm das explanadas dos cafés. O ar marítimo, a serra... Foi a cidade que mais gostei de toda a minha viagem.
 
Prometemos que um dia havemos de regressar. Há muita coisa para visitar. Palácios, museus, um aquário, o porto da cidade, a catedral, o rio que desagua no mar, uma ilha, o centro histórico, as igrejas... Aqui perto existem ainda parques e grutas por explorar. A vida cultural também é intensa, com animação de rua, teatro, um festival de cinema, um dos melhores festivais de jazz da Europa... A promessa está feita! Regressaremos um dia.
 
Ficámos num hotel muito giro. Havia esculturas engraçadas por todo o edifício e jardim (se bem que logo debaixo da janela do nosso quarto, havia a estátua de um tipo que tinha  rabo ao léu... fartámo-nos de rir). A vista em frente era mais vegetação ao estilo Sintra.
 

Mais estatuetas do hotel.



O interior também tinha uma decoração que surpreendia. Reunia um colorido juvenil e móveis modernos, com objectos de decoração antigos. Em cada recanto havia algo giro a decorar, incluindo nas paredes.
 

O que continuo a não compreender nos espanhóis, é o porquê de não perceberem uma palavra em português. Temos de falar sempre em inglês. Será que temos mais vocação para as línguas? (ligeira provocação da minha parte). Por outro lado, creio que os portugueses ainda não descobriram este pequeno paraíso. O único carro português que vi por aqui, foi mesmo o nosso.

E que ideia é essa dos estrangeiros (não estou a falar dos espanhóis), pensarem que somos uma província de Espanha? Um austríaco ao ver o nosso carro com um "P" na matrícula, pensou que éramos da Polónia. Não o fez por mal, que o rapaz era extremamente simpático. Mas sim, Portugal é um país, que aliás agora valorizo mais.
 

Adiante. Passámos também por aldeias encantadoras, já fora de San Sebastian. Estão a ver a igreja da foto? Há aldeiazinhas todas com essa pedra, muito pitorescas e bem arranjadas. Parecem saídas de um cenário de cinema.
 
 
Deixámos Espanha, com o desejo de conhecer mais. Creio que subestimámos um país, afinal cheio de encanto. Mas sem dúvida que temos de nos orgulhar da nossa comida, ah, e do nosso café. Mesmo passando por todos os outros países, tenho a certeza que temos uma das melhores gastronomias do mundo. A sério, que temos.
 
Fotos: Mafalda S. - Espanha, País Basco
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